As micro e pequenas empresas (MPEs) são a principal porta de entrada para o mercado de trabalho formal no Brasil. Essa constatação é resultado de pesquisa inédita realizada pelo Sebrae a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2017.
Segundo o levantamento, os pequenos negócios deram a primeira oportunidade de emprego para a maioria (55%) do total de 1,4 milhão de pessoas que assinaram a carteira de trabalho pela primeira vez no ano passado. Enquanto isso, as médias e grandes empresas (MGEs) absorveram 44% dessa mão-de-obra e as empresas da administração pública, o 1% restante.
Em Santa Catarina, as micro e pequenas empresas também lideraram a geração do primeiro emprego. De acordo com a pesquisa, 53.595 pessoas empregadas no último ano tiveram suas carteiras assinadas por pequenas empresas, contra 38.173 de médias e grandes. Desse número, 28.947 eram vagas masculinas e 24.648 vagas femininas.
“A pesquisa mostrou que as micro empresas também se sobressaíram na geração do primeiro emprego na região Sul. Isso reitera a representatividade e a importância dos pequenos negócios para a economia local e regional. Principalmente num momento em que a taxa de desemprego é alta e mais pessoas disputam uma vaga de trabalho com outras qualificadas e com experiência. É relevante perceber que na região Sul os pequenos negócios responderam por 57,6% do total do primeiro emprego e por 11,6% do total do primeiro emprego no País”, explica o analista técnico do Sebrae/SC, Cláudio Ferreira.
Em nível nacional, a pesquisa mostra que 69,5% das 755,5 mil pessoas que foram contratadas pelas MPEs e que tiveram a carteira assinada pela primeira vez em 2017 eram jovens com até 24 anos de idade. Os trabalhadores do sexo masculino foram maioria, representando 54% da mão-de-obra contratada pelos pequenos negócios e 56% das MGEs. Além disso, mais da metade dos trabalhadores que se iniciaram no mercado de trabalho (56%), por meio dos pequenos negócios, em 2017, tinham ensino médio completo.
Mulheres e ensino superior
Quando cruzadas as informações sobre o perfil do primeiro emprego, por sexo e nível de escolaridade, a pesquisa revela que as mulheres com mais tempo de estudo (superior incompleto e superior completo) tiveram a preferência dos pequenos negócios, no ano passado, única faixa de escolaridade em que superam a contratação da mão-de-obra masculina com mesmo nível.
A quantidade de mulheres com nível superior completo foi 71,5% maior que a de homens com igual faixa etária e nível de escolaridade (13,2 mil contra 7,7 mil). O número de mulheres com até 24 anos e superior incompleto também supera o de homens nas MPEs nessa mesma situação em 37%.
Comércio e serviços
Outro dado revelado pelo levantamento do Sebrae mostra que a maior concentração do primeiro emprego, entre as MPEs, aconteceu nos setores de comércio e serviços. Nos pequenos negócios do comércio, em 2017, ingressaram pela primeira vez no mercado de trabalho 297,2 mil trabalhadores, sendo a maioria do sexo feminino.
As MPEs do setor de serviços empregaram um quantitativo pouco menor de iniciantes no mercado de trabalho (271,4 mil), sendo 53% deles do sexo feminino. Juntos, comércio e serviços responderam por 75% do total do primeiro emprego nas MPEs, em 2017 (comércio = 39%; serviços = 36%).
PRINCIPAIS NÚMEROS DA PESQUISA
Total de Primeiro Emprego Gerado nas MPE, por setor, em 2017:
Distribuição do primeiro emprego nas MPE, por idade:
Participação de homens e mulheres entre o primeiro emprego gerado nos pequenos negócios dos setores de comércio e serviço, em 2017:
Confira o estudo completo aqui:
Relatório do CAGED 05 2018
(Fonte: Assessoria de Imprensa Sebrae-SC / Regional Norte)
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