Índice de Confiança Empresarial continua positivo no segundo trimestre de 2019, mas entusiasmo já não é o mesmo

Os resultados do Índice de Confiança Empresarial Sustentare (ICES) no segundo trimestre de 2019 demonstram uma continuidade do momento de otimismo, ainda que menos entusiasta se comparado com o início do ano. A pesquisa ICES, que afere a percepção dos empresários de Joinville e região com relação à economia, vem registrando uma queda: 50,14 neste segundo trimestre, contra 50,66 no trimestre anterior, e 53,60 no último trimestre de 2018. O ICES acima de 50 pontos é considerado positivo, mas, segundo o economista responsável pela pesquisa, Ricardo Della Santina Torres, a queda de alguns indicativos acende um sinal de alerta, sobretudo em relação à economia nacional.

“O indicador de expectativa para a economia nacional recuou da marca histórica de 69,31 pontos para 65,22 no primeiro trimestre deste ano. E no segundo trimestre apresenta uma queda expressiva, para 53,72”, diz o pesquisador.

“Entre o primeiro e o segundo trimestres tivemos uma clara percepção de que a lua de mel havia acabado, com a sensação de que tudo voltara a ser como antes. Vários indicadores em campo negativo, relativos à macroeconomia, expectativa de alta nas taxas de juros, do câmbio e da inflação. Um indicador em campo negativo que denota sinal de alerta é o índice de lucratividade, ligeiramente abaixo do nível de 50 pontos, em 49,17”, detalha Torres.

Incertezas na economia internacional

“Na economia internacional, que afeta diretamente a economia brasileira, está tudo em suspensão. Do Oriente ao Ocidente, renovadas disputas comerciais e geopolíticas afetam o andamento adequado das economias, tornando difícil a visibilidade para se realizarem novos investimentos”, analisa.

Torres destaca o papel dos Estados Unidos neste cenário: “O governo americano vem utilizando a estratégia de imposição de tarifas comerciais para forçar negociações em outros tópicos que não de ordem comercial. Inclusive a países aliados que fazem parte de acordos comerciais prévios e até renegociados recentemente. É o caso do México, que faz parte do Nafta. A cada nova negociação, uma forte volatilidade e insegurança assolam os mercados”.

O pesquisador destaca um aspecto que aponta um possível protagonismo brasileiro. “Após duas décadas de negociação, o Mercosul, liderado pelo Brasil e pela Argentina, está próximo de fechar um grande acordo comercial com a União Europeia. Excelente notícia para os empresários da região”, afirma o economista.

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(Fonte: jornalista Mariana Pereira / Sustentare )