O Produto Interno Bruto (PIB) nacional recuou 0,1% no 2º trimestre de 2021 frente ao período imediatamente anterior, interrompendo o movimento de alta dos últimos três trimestres. Em valores correntes, o PIB alcança R$ 2.143,4 bilhões, sendo R$ 1.849,1 bilhões referentes ao valor adicionado e R$ 294,3 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Esse resultado indica que a retoma das atividades econômicas situam-se em ritmo gradativo e desacelerado, já que o movimento é menos intenso que os trimestres anteriores (7,8% no 3ºtri./20; 3,2% no 4ºtri./20 e 1,2% no 1ºtri./21). Apesar da queda na passagem trimestral, a economia brasileira registrou acréscimo de 6,4% no acumulado de 2021 e variação de 1,8% no acumulado de quatro trimestres. A retomada não é suficiente para elevar o PIB aos níveis acima da pré-pandemia (4º trimestre de 2019) e, inclusive, se mantém abaixo (3,22%) do ponto mais alto da série (1º trimestre 2014).
Comércio e Serviço compensam redução dos demais setores
Os serviços e comércio compensaram o desempenho negativo da indústria (-0,2%) e agropecuário (-2,8%), ao avançarem 0,7% e 0,5% no 2º trimestre na comparação com trimestre imediatamente anterior. Esse resultado mantém a trajetória positiva de recuperação desses setores nos últimos 4 trimestre. Assim, serviços encerram o semestre com alta acumulada de 4,3%, enquanto o comércio foi de 11,60%. Já a taxa acumulada em quatro trimestres foi de 0,5% para os serviços e 5,7% no comércio. Apesar do crescimento, ambos os setores permanecem a níveis abaixo do ponto mais alto da série em 1,81% e 5,83%, respectivamente.
A alta ocorreu em quase todas atividades de serviços, com destaque para informação e comunicação (5,6%), outras atividades de serviços (2,1%), seguido das atividades imobiliárias (0,4%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,3%).
Reforçam esses resultados os indicadores que monitoram a atividade do comércio e serviços, calculados pelo IBGE mensalmente, que vêm demonstrando recuperação de maneira mais equilibrada entre segmentos econômicos, além dos resultados positivos no volume de vendas do comércio e nas atividades de serviços para o acumulado do ano e em 12 meses.
Consumo permanece tímido e investimentos reduz
O consumo e investimento são os principais fatores que impulsionam a retomada econômica, mas estão sendo reduzidos pela alta da inflação, que corrói o poder de compra dos consumidores e pela elevação da taxa de juros de mercado, que encarece o crédito para novos investimentos.
Essa tendência é observada na estagnação da despesa de consumo das famílias (0,0%) e da redução de 3,6% na Formação Bruta de Capital Fixo contra trimestre imediatamente anterior. Em 12 meses, o resultado acumulado é negativo (-0,4%) para as despesas das famílias, enquanto os investimentos têm alta de 12,80%.
A Intenção de Consumo das famílias catarinenses indica os desafios da manutenção da retomada econômica- o índice está em nível pessimista desde maio de 2020 e em queda na passagem do mês de agosto.
Fatores domésticos reduzem as Perspectivas do PIB
A expectativa otimista do crescimento do Produto Interno Bruto nacional (PIB) de 2021 foi reforçada pelo Ministério da Economia, que elevou a projeção de crescimento do PIB de 3,5% para 5,3% no Boletim Macro Fiscal divulgado em julho. Resultado similar é observado na mediana das projeções do mercado divulgadas pelo relatório Focus, com crescimento de 5,22% segundo dados de agosto. Muito embora as expectativas indiquem fechamento positivo do PIB, o mercado sinaliza tendência de baixa ao revisar as expectativas de forma negativa nas três últimas semanas.
Riscos ainda são presentes e alguns fatores podem atenuar o ritmo de expansão, como o surgimento e a propagação de novas variantes, índices dos preços e equilíbrio fiscal, além dos impactos da crise hídrica. Essas condições influenciaram a redução da Expectativa do Empresário do Comércio em 9,1% entre julho e agosto deste ano.
Fonte: Fecomércio
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